terça-feira, 26 de abril de 2016

E o Brasil poderia ter sido tão maior do que jamais sonhou...

Sobre a crise ético-moral que se espalha pelo Brasil, a partir de uma crise política financiada pelas velhas oligarquias que comandam a mídia e o País:

#Reflexão: não é por dividir o espaço no avião, frequentar as mesmas baladas, usar as mesmas roupas de marca ou disputar vagas em concursos públicos. O cerne do ódio espalhado pela Nação está alicerçado em interesses muito maiores. #BoaLeitura


Quem pensa essas políticas oligárquicas, não as pensa no curto prazo. Essa reação Brasil a fora de retirar um governo democrático de esquerda do comando do País está alicerçada no medo da elite de perder o controle e o poder que exercem através das instituições, principalmente o judiciário.
Levará muito tempo até que um filho do Bolsa Família se forme na Universidade por cotas ou PROUNI, e acenda na carreira jurídica até chegar a ser um JUIZ DA SUPREMA CORTE, ou exercer outras atividades de grande influência jurídica. 

O problema não é só dividir o espaço no avião ou perder vagas em concursos públicos, o problema é a ameaça real de que as classes que sempre foram desfavorecidas tenham igualdade de poder de decisão.Mal sabem eles que esta "pobrada" que teria condições de chegar ao poder, se não houvesse o golpe que acaba precocemente com qualquer projeto de cidadania efetiva, seria muito mais JUSTA e HUMANITÁRIA do que eles são, e que dificilmente julgariam por credo, raça, condição socioeconômica, ou qualquer outro critério de desigualdade.


By Andréa Sant #ProfDrasta 



sábado, 16 de abril de 2016

Responsabilidade Social e os 6 poderes

Reflexão a partir da postagem no Fórum da Disciplina de Desenvolvimento Humano e Social (FADERGS - semana de de 05 a 11/Abril)
Questionava-se a vivência escolar dos estudantes sobre Responsabilidade Social e sua visão sobre este tema em relação à mídia, empresas, entidades religiosas e os 3 poderes. 
Numa época em que gerar valor é muito importante, e este gerar valor está ligado muito além da rentabilidade imediata, preocupando-se em reter clientes para atividades futuras, as empresas passam a se preocupar com o que o cliente espera delas.
Muitas vezes tornam-se ambientalmente e socialmente responsáveis por 2 grandes motivos: a) redução de custos; b) rentabilidade no longo prazo – através da manutenção dos clientes.  Por si só já é um bom motivo para avaliarmos de forma mais detalhada os produtos que compramos e as empresas que os fabricam. Nem todas são apenas “caça níqueis”, mas temos algumas que infelizmente não estão alinhadas com responsabilidade social de forma cidadã.
As escolas, ao longo das décadas, sofreram modificações, antes do regime militar havia uma matriz curricular que preocupava-se em inserir disciplinas como línguas estrangeiras, incluindo o latim, filosofia, ética, análise contemporânea, entre outras, que desenvolviam o “pensar” desde sempre dentro das escolas. O regime militar, com novas crenças e valores, retirou tais disciplinas para trocar, por exemplo, por moral e cívica e religião, trazendo então para o educador a responsabilidade de formar “obediência”. Após o final deste regime, seguimos reestruturando a educação, passando por um período longo sem identidade e sem alterações profundas, focando mais no “fazer do que no pensar e entender”, sendo quase impossível a discussão de qualquer ponto relativo à cidadania – principalmente em escolas públicas que perderam a identidade.
Mais recentemente as escolas conseguiram alguns avanços, principalmente visando que seus estudantes se saíssem bem no ENEM, que tem por filosofia a responsabilidade social e o conceito de cidadão que pensa e interage com a sociedade. Infelizmente avançamos em alguns pontos e retrocedemos em outros, como a proibição da discussão do “gênero”, votada recentemente por nossos parlamentares, em que deixamos uma parcela de cidadãos e cidadãs escondidas, como se não existissem, para que não fira os “preceitos morais” de alguns na sociedade.
Estamos em uma época em que se busca novamente a ressocialização nas escolas, trazendo debates que condizem com a realidade brasileira, porém, a época de ditadura e pós ditadura inerte gerou uma sociedade, cuja parcela significativa, não consegue se ver como cidadão / cidadã, não repassando este conceito para a família, deixando as escolas sobrecarregadas com esta atividade, que nem sempre é cumprida.
Feliz daquele que conseguiu ter sociologia e disciplinas similares durante sua formação na escola primária e secundária, pois estes, tem um diferenciado olhar sobre a sociedade.
A lacuna do “pensar” nos bancos escolares foi suprida pela mídia, que levou grande parcela a ser criado por essa babá eletrônica, e mesmo após a infância, seguiu com seu cordão umbilical muito ligado à ela, esperando que os fatos venham analisados e prontos, já que o pensamento crítico não foi estimulado.
Muitos estudantes pontuaram a crise midiática vivida no País, e quero aqui chama-los à reflexão de o País é feito da União, Estados e Municípios – e em todas as esferas existe a mesma crise moral e ética. Se a mídia conseguiu conduzir uma grande parcela de pessoas por muitos anos – desde 1964 até agora – é por que enxergou a lacuna deixada pelo poder público no que refere-se à educação.
Nenhum País em que a educação é forte a mídia dita as regras sociais, morais, políticas e econômicas. Hoje consumimos o que a TV, jornal, rádio, internet nos indica, tanto em termos de produtos como ideias, pois a muito de nós faltou a educação do pensamento crítico.
Como ponto positivo da mídia, Luiz Ben – nosso colega indica em nosso fórum: “Com relação ao papel da mídia, acredito que isso facilitou o poder das pessoas se expressarem, abrindo seus pontos de vista para o público ...” mas em contraponto Luiz Ben acrescenta: “porém vejo que isso acaba se tornando um grande problema, onde não conseguimos viver com opiniões contrárias às nossas. As pessoas de uma maneira geral, estão muito radicais àquelas pessoas que pensam de maneira diferente. O que era para ser um meio de conversas e discussões sobre qualquer assunto, acaba virando guerra.”

Evelise Coelho expõe no blog: “O papel da mídia, em minha opinião é informar,  expor e muitas vezes até induzir a população dando ênfase nos assuntos que surgem ao decorrer do nosso dia a dia”. E aqui questiono a todos nós, a mídia deve INDUZIR? Ou a mídia deveria ser IMPARCIAL, trazendo fatos e deixando que os cidadãos e cidadãs reflitam e pensem criticamente?

Marcele Veloso, assim como ouros tantos, ainda contribui no fórum dizendo que: “A mídia exerce um papel importantíssimo no que diz respeito ao momento político no qual o país vive. É através da mídia que ficamos sabendo das informações do país. Ocorre que a mídia nem sempre tem um papel positivo, pois ela acaba se posicionando para um lado e omitindo muitas informações, cabendo à população buscar por mais informações, o que na prática não acontece.“ E cabe a mim, mais uma vez, o papel de advogada do “diabo”, questionando se realmente buscamos informações complementares, se assistimos canais que não são promovidos ou sustentados por empresários como a NBR e TV Brasil. Dirão-me vocês, mas estes são promovidos pelo governo. OK: mas pelo menos é um contraponto, uma segunda opinião, e com o peso de duas ou mais, poderemos formar uma opinião com maior qualidade.

Realmente a mídia, não só hoje, como sempre, tem seus próprios interesses e de seus anunciantes – que são agentes corruptores de uma classe política que se deixa corromper. Logo, a mídia, utilizando a lacuna que o poder público deixou na educação, nos põe a cada dia a visão que melhor lhe convém. Cabe a nós, cidadãos e cidadãs, filtrarmos, e desenvolvermos o pensamento crítico que talvez tenha nos faltado nos bancos escolares.
Se vivemos uma crise moral, certamente a imoralidade da mídia, ao conduzir as informações que recebemos, tem um papel fundamental na construção deste momento. Desde a veiculação de propagandas com “A Lei de levar vantagem”, até os mais diversos programas que sempre mostram que tirar proveito de outrem é sinal de inteligência e superioridade.

Quanto a presença da responsabilidade social nas Empresariais, Mídias, Entidades Religiosas, Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário, depreende-se das ideias postadas em nosso fórum que:
a)     as empresas buscam benefícios próprios, inclusive quando atuam aparentemente de forma responsável sócio e ambientalmente, visando seus lucros futuros;
b)     a mídia tradicional desinforma como forma de manipular com maior facilidade, utilizando o vácuo deixado pelo poder público na formação educacional da sociedade; não veicula programas educativos e sim lucrativos, demonstrando que os interesses sociais não são considerados;
c)     as entidades religiosas estão preocupadas com seus rebanhos, na intenção de salvar suas almas, mas também de arrecadar-lhe contribuições financeiras e subjugar seus votos para que possam participar da esfera política.

Aqui quero fazer um comentário: não é de hoje e não é apenas uma religião que tem poder sobre a política e a justiça, basta ver a história mundial e a brasileira.

d)     os 3 poderes: executivo, legislativo e judiciário, que deveriam ser independentes e harmônicos entre si e trabalhar na busca do bem estar da Nação têm feito o caminho inverso; em nosso fórum citam diversas vezes que esta relação está deteriorada e a independência entre eles há muito que ficou no esquecimento, e que a harmonia não existe mais; vocês citam ainda que, independente dos poderes, há uma intenção de promoção pessoal e perpetuação de poder que supera em muito as atividades de responsabilidade social;

Aqui abro novamente um momento para refletirmos: notei que nem todos conseguem distinguir entre Executivo (presidente, Governador e Prefeito), Legislativo (Senadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais e Vereadores) e Judiciário (sendo os juízes e seus segmentos e hierarquia até o STF, STJ, ...).

Diante de tal desconhecimento de esferas, verifiquei alguns pontos em que não ficam claras as responsabilidades que de forma simplória podemos dizer que é: Legislativo: faz as Leis; Executivo: executa as Leis (assim como todos as pessoas do País); e Judiciário: julga se os atos estão de acordo com a Lei ou não.

O ponto de corrupção surgiu diversas vezes como sendo problema federal e do executivo, mas chamo vocês a pensarem nas cidades e na quantidade de propina que sabemos que são pagas a diversos órgãos. Lembrando que de o País se faz a partir das cidades, que somadas formam os Estados e juntos a União, e que o problema do “jeitinho brasileiro” não está só “La em cima”, está sim ao nosso lado também.

Outro ponto interessante que podemos ter leitura sobre este debate no fórum é que nos parece ser a corrupção um mal do poder público e suas estatais, porém, esquecemos de “costurar” nosso próprio discurso, pois lá no fórum falamos sobre empresas que não cumprem sua função social e apenas pensam em lucro e na mídia que veicula o que lhe interessa. 

Não esquecendo da religião, que tem entrado nesta seara sem mostrar-se muito diferente de quem já lá está. Logo, estamos falando dos 6 poderes que regem a nação:
1) Empresas; 2) Mídia; 3) Entidades Religiosas; 4) Poder Executivo; 5) Poder Legislativo; e 6) Poder Judiciário.

Agora pergunto a vocês: NÃO EXISTE UM PODER DO CIDADÃO? Não temos a obrigação de procurar uma forma de nos expressarmos e ajustar a independência, imparcialidade, harmonia e visão de responsabilidade destes 6? Será que eles não chegaram ao ponto que estão por que cada um de nós foi omisso?

Não sei responder o que fazer, até por que uma andorinha só não faz verão, mas cada vez que vejo a situação de nosso País, me envergonho profundamente, sentindo que não fiz minha parte para que ele estivesse melhor.


#ProfDrasta