quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Condenar Lula é declarar o Brasil escravo - a dor que mais dói é a DOR CIDADÃ

Dia 24/jan/2018 foi o dia mais triste da minha vida.
Alguns vão me lembrar que perdi minha irmã, que tanto amo, e que isso me abala ainda hoje, passado tantos anos e que me corrói e entristece diariamente, e tantos outros acontecimentos pessoais que – bem sabem os amig@s – me fazem sofrer.
Mas quem me conhece, os que conhecem mesmo, sabem que não há comparação entre as minhas dores. As dores pessoais ficam num espaço e as dores CIDADÃS ficam em outro, e são dores muito mais profundas, pois são dores coletivas, são dores que doem por gente que nem sabe que as tem, e mesmo as sim eu as sinto, por que sei que mais dia ou menos dias estes irmãos irão sofrê-las. E outros tantos irmãos já as sofrem, e todos somos afetados, pois esta dor é uma cadeia de cascatas, de rios, em uma bacia hidrográfica de dores, que desagua em um mar de desolação.
Ver Lula ser consumido e condenado por ter lutado contra a desigualdade social, por ter distribuído renda sem que as camadas mais abastadas da população reduzisse seu poder aquisitivo enquanto as camadas mais pobres saíram da miséria e ganharam dignidade e as intermediárias passaram a consumir o que nunca sonharam em ter, me entristece e me deixa enlutada (em estado de luto!).
Para quem me conhece sabe que meu discurso não é vazio, e sabe que vou confessar uma coisa grave: fui dormir sem tomar banho! Não consegui. Não tive forças! Passei o dia a sorrir, tentando manter a normalidade, mantendo a aparência a calma, sendo gentil, enquanto por dentro sabia que cada um dos meus sonhos de LIBERDADE, IGUALDADE, FRATENIDADE E MORALIDADE (não sou francesa, mas acho uma excelente base! Para essas e outras serve o estudo de história, tão em desuso na atualidade) desmoronava, sentia que a minha luta de 33 anos (a idade de Cristo) perdia a batalha final e que já não tenho forças para recomeçar.
Sim, fui dormir sem tomar banho por que desmoronei, chorei tanto que não ache necessidade de outra água que não a minha própria – escovei os dentes, para que saibam os mais curiosos. Mas para explicar como desmoronei, digo que ficou passando pela minha cabeça um filme de tudo (ou de muita coisa) que fiz nestes 33 anos de luta:
a)       O cheiro do álcool colocado nas matrizes de mimeógrafo que geravam nossos mais antigos panfletos, os quais usávamos para abordar as pessoas e GERAR DISCUSSÕES com o intuito de conscientização. Não tínhamos dinheiro sobrando para produzir materiais em gráficas e pagar pessoas para distribuir como as pessoas dos partidos de direita tinham. A grande maioria deste material não era político partidário e sim de movimentos sociais para dar voz e vez a quem não tinha.
b)       Das madrugadas em que colávamos cartazes, muitas vezes produzidos por nós mesmos, em preto e branco, com cola feita de farinha de trigo e água. Sabem quantas vezes apanhei na madrugada? Seja da polícia, de adversários políticos, de “filhinho de papai” com dinheiro voltando de balada bêbado que se achava no direito de desrespeitar quem tinha um posicionamento social divergente do seu. Não contei quantas foram. Não contei e fiz questão de esquecer para poder perdoar, por que 90% das colagens que fiz não eram político partidária e sim de movimentos sociais, ou seja, eram lutas por parcelas da população que eram discriminadas e não podiam se fazer ouvir sem apoio.
c)       Da chuva, da lama, do sol escaldante, do frio cortante, das reuniões a base de vinho muito ruim para esquentar ou da raríssima cerveja quente para refrescar, das festas que não fui, das vezes que não estive presente com meus amigos e família por que estava em algum acampamento de movimento social, me desdobrando entre meu emprego formal (trabalho ininterruptamente há 32 anos e milito nos movimentos sociais há 33 anos e estudei a maioria destes anos! Não sou uma pessoa ENCOSTADA no sistema, nunca fui funcionária pública ou cargo de confiança ou tive qualquer cargo político ou sindical – sempre trabalhei na iniciativa privada e consegui conciliar a luta por quem precisava do um apoio!).
d)       Chorei em especial lembrando do noivado de uma amiga, em que eu apareci coberta de suor e lama, dei um beijo nos noivos e voltei para a militância – neste dia era partidária pois era dia de eleição presidencial; as pessoas me olhavam como se eu fosse maluca, mesmo sabendo que o que eu fazia era por um ideal, mesmo sabendo que tendo menos de 20 anos, o material que eu distribuía era pago, em parte, por mim. Talvez por isso me achassem mais maluca, talvez se eu tivesse aparecido com uma bandeira azul e amarela, com algumas notas de dinheiro no bolso como pagamento “por um dia de trabalho”, fosse compreensivo não estar de “saltinho” e bem vestida comemorando um grande dia com todos eles, mas pagar, suar, trabalhar, perder uma (muitas!!!) festa para tentar realizar um ideal, por favor, ISSO É IDIOTICE.
e)       Lembrei que a tecnologia evoluiu e comprávamos e distribuíamos nas sinaleiras adesivos para que as pessoas colocassem em seus carros e suas casas mensagens que mostrassem a verdade que não aparece na TV, no rádio, no jornal e agora na internet;
... Lembrei de tanta coisa que só aumentava compulsivamente meu choro, isso por um simples motivo: NÃO SOU A ÚNICA COM ESSAS LEMBRANÇAS, cada um que construiu o PT, e em especial o companheiro LULA fez isso e muito mais. Lembrei de cada comício que fui, de cada vez que minha mãe se contorcia de preocupação quando eu saia para uma atividade e de tod@s @s amig@s que questionaram por que eu lutava.
Nunca tive excedentes, mas nunca me faltou nada. Nunca fiz parte dos grupos de minoria pelos quais lutei: pessoas sem moradia, sem terra, negros, gays, pessoas que passavam fome, gente sem instrução alguma, pessoas de ocupações habitacionais, professores públicos (só muitos antes mais tarde vim a ser professora, e mesmo assim do ensino superior e privado), e tantos outros que precisavam da minha voz, da minha força, da minha capacidade de articulação, do meu conhecimento. E novamente aumenta meu choro, por que faço um paralelo com Lula e me deparo com a mesma realidade: ele não precisava estar na luta, ele não precisava mais se envolver, ele poderia só viver. Mas ele é grande, ele é imenso – e muito maior, aliás, infinitamente maior que eu – e não abandona a LUTA CIDADÃ!
Eu não luto mais, eu estou de luto! Mas Lula insiste e LUTA! Ele não luta por ele, ele luta por nós, ele luta por cada brasileiro e brasileira, mesmo os que não merecem o seu esforço, o seu desprendimento, o seu amor.
Condenar Lula, aceitar o GOLPE que a democracia brasileira sofreu, é aceitar que o País volte a ser escravocrata, é viver para alimentar a grande elite do capital internacional, representada principalmente pelos Estados Unidos que comanda todas as operações do Golpe: Lava Jato, desmonte da Petrobrás, desmoralização das Empreiteiras Nacionais, aniquilação dos programas sociais, volta da miséria, colocação do Brasil no Mapa da Fome, aumento do Desemprego, Níveis de Violência mais altos de todos os tempos, Orçamento Público CONGELADO por 20 ANOS (e agora ficam manobrando as pessoas para pedir que tirem verba do Carnaval para a Saúde – NÃO PODE, ESTÁ CONGELADO!), e toda as mazeas que o Brasil vem passando.
O mais triste disso tudo é ver POBRES COMEMORANDO A CONDENAÇÃO DO LULA, sendo que a estes Lula deu DIGNIDADE, acesso à Universidade, Emprego, Casa, Cultura, Melhoria da Saúde (sequer tinha FEBRE AMARELA e TODOS OS ANOS TÍNHAMOS VACINA PARA GRIPE E REMÉDIO GRATUITO PARA AS MAIS DIVERSAS DOENÇAS!), e tudo isso graças a uma mídia que serve à Elite que detém o Capital, ou seja, serve a menos de 1% das pessoas no mundo e comanda mais de 90% das pessoas.
Condenar Lula sem provas, mesmo que jamais venham a prendê-lo, e ver POBRES E CAPITALISTAS SEM CAPITAL comemorando como se fosse a coisa mais certa do mundo me dá a certeza de que a DOR CIDADÃ que sinto hoje é de uma ferida tão grande que talvez JAMAIS CICATRIZE, por que ela vai doer cada vez que olhar o Brasil ajoelhado perante o Capital Estrangeiro e formando fileira no Mapa da Fome, duas coisas que NÃO ACONTECIAM MAIS graças ao Lula.
Andréa Santos #ProfDrasta

24/Jan/2018


segunda-feira, 22 de maio de 2017

Nos autoconhecemos ou apenas somos parceiros de caminhada de nós mesmos?


Já parou para pensar sobre quem aparece no espelho enquanto você escova os dentes, arruma os cabelos ou pratica um cuidado básico? É você? É você mesmo? Sou eu? E quanto você (e eu) se parece com você (comigo) ou apenas reproduz o que são as pessoas que te (me) cercam? Acordamos com planos que são nossos ou realizamos os planos que foram traçados para nós? Somos felizes com os resultados que obtemos? Ou apenas ficamos satisfeitos por termos nos comportado como esperavam que nos comportássemos?
Por favor, entenda que não estou pregando a anarquia geral, a dissidência com as normas vigentes, e um caos a partir do qual cada um deixa de cumprir seu papel social e passa a fazer o que tiver vontade. NÃO! O que estou questionando é: dentro da estrutura em que estamos inseridos conseguimos nos manifestar como seres individuais ou apenas nos deixamos guiar pela vontade alheia. Agimos mai para agradar os outros ou nos preocupamos em agradar a nós mesmos?
E talvez haja muito tempo que tenhamos deixado de identificar O QUE NOS AGRADA, se somos seres simples ou complexos, se cuidamos de uma flor ou se a ensinamos a tomar os cuidados necessários para sobreviver. Somos superprotetores ou superprotegidos?
Se somos superprotetores talvez estejamos sufocando algumas pessoas, mas se somos superprotegidos talvez estejamos desperdiçando nossos potenciais esperando que outros tomem decisões por nós.
Novamente quero dizer salientar que se autoconhecer não implica em estar isolado do mundo, mas sim em firmar nossa personalidade sem imposição, mas também sem aceitar restrições. E é nesse momento que se dá a comunhão entre as pessoas (sejam colegas de trabalho, amigos(as), amores, parentes ou qualquer oura relação humana que mantemos.
E só quando conhecemos nosso verdadeiro potencial, nossas vontades, nossas forças e nossas fraquezas é que passamos a somar e nossas relações.
A questão é se queremos SOMAR ou se queremos apenas seguir com a frustração de ser uma IGUALDADE que corresponde às expectativas alheias e já não acrescenta o que deveria para fazer crescer O BOLO DAS RELAÇÕES HUMANAS.
Teste seus limites, vá além do que se espera de você, talvez deva ir para o lado contrário do que esperam de você, e isso pode acabar em um imenso acerto ou no pior erro de sua vida, mas certamente resultará em sua MELHOR TENTATIVA DE SE CONHECER e tentar descobrir o que realmente quer de sua vida.
Às vezes viver “sem redes” – sem proteção em demasia, pode ser o começo de tudo, como também ode ser o começo de um ciclo de dor profunda. Mas o importante é que independente do resultado, FOI O QUE VOCÊ ESCOLHEU, FOI A SUA APOSTA.

Encontrei um texto de Miguel Lucas em Desenvolvimento Pessoal  cujo título é “AUMENTE O SEU AUTOCONHECIMENTO: APRENDA A OLHAR PARA VOCÊ, PARA OS OUTROS E PARA O MUNDO” e extraí algo que achei interessante para dividir com meus leitores e perguntar se sentem isso quando olham para si (eu muitas vezes não sinto!):
OLHAR PARA O INTERIOR DE SI MESMO
Eu olho para mim,
Onde sinto o calor do sol,
Onde posso vislumbrar a beleza cintilante das estrelas,
Onde posso sentir a leveza da minha respiração,
Onde a compaixão cresce,
Onde a minha alegria me acalenta o coração,
Olho para mim e vejo o reflexo de tantas outras pessoas,
Onde se expressam através do meu conhecimento,
Onde se misturam com as minhas ambições,
Onde se manifestam nos meus sentimentos,
Eu olho para a minha força,
Sinto-a a vibrar a cada desafio,
A crescer na profundidade da minha alma,
Eu olho e vejo imensas formas da vida se expressar em mim,
Onde posso reconstruir-me a cada decepção,
Onde posso relembrar-me das minhas conquistas,
Onde posso amar e ser amado,
Olho para mim e percebo tudo aquilo que posso realizar,
Como é bom olhar para mim e sentir o pulsar da vida,
Olhando para mim, sinto-me bem-aventurado,
Olhar e poder ver a beleza de estar vivo e poder crescer dentro de mim,
Olho e vejo-me a transformar-me na vida e a vida a transformar-se em mim,
Eu e a vida somos ambos a mesma coisa,
Como é bom olhar-me, ver-me, ver a vida a fluir e eu a fluir com a vida (by  Miguel Lucas).

Fica aqui mais uma reflexão. Agradeço vossos comntários!

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Como refazerzer laços perdidos?

Em nossas vidas andamos sempre no limite  entre o que nos une e o que nos para. As vezes passamos está LINHA e nem percebemos, colocamos a culpa no tempo, na vida corrida, no distanciamento físico, enfim, em tudo. Menos em nós mesmos.
Por que nossos laços se rompem? Porque a vê te se perde e é a comunicação fica distante?
Nós não deciframos antes?
Claro que sim, mas nos respeitavam o os por que nos digam
É hoje qualquer desavença nos desaponta e nos faz querer mais distância ainda.
Será que ainda teremos salvação e um dia iremos reunir nossas vidas e nosso ciclo de confiança?
 (Lido por ai, esqueci completamente e o adaptei!)

sábado, 3 de dezembro de 2016

FADERGS vira Centro Universitário e o Filipe Barroso agora é MEU REITOR PREDILETO

Depois da minha graduação na UFRGS na época em que a Reitora era a Dra. Wrana Maria Panizzi, por quem nutro respeito e admiração por sua luta pela educação e por ser uma "leoa" na defesa da pesquisa e do saber científico, não imaginava que pudesse vir a sentir maior orgulho, admiração, amor, cumplicidade e respeito por um Reitor. Enfim, a vida nos ensina que tudo pode mudar. E mudou! Hoje, sem dúvida, a Dra. Wrana segue sendo um marco em minha vida, mas o Reitor do Centro Universitário FADERGS Ms.Filipe Ramos Barroso é, sem dúvida, o número 1 na lista dos admirados, amados, respeitados na lista de quem ocupa este cargo.
Digo isso e justifico: Wrana lutou por estudantes, professores, funcionários, instituição, saber científico com diversas armas, mas o Filipe Ramos Barroso foi um David enfrentando um gigante. Suas armas eram a capacidade de nos motivar (sua equipe), a força com que desafia os estudantes a ir além, saindo da zona de conforto e se inserindo na sociedade como membros ativos e potenciais, a gentileza ao liderar as equipes com pulso firme e carinho na mesma medida, a sinceridade ao expor as políticas da IES e tratar com os líderes estudantis, respeitando-os e dizendo SIM quando era SIM e NÃO quando era NÃO, com a coragem necessária que as 2 respostas necessitam.
Enfim, o Filipe Ramos Barroso nos levou a crer na música de Rauzito: "Sonho que se sonha só É só um sonho que se sonha só Mas sonho que se sonha junto é realidade"

E hoje estamos aqui, mais do que comemorando o fato da FADERGS ser um Centro Universitário, brindando o grande líder que nos guiou, conduzindo por caminhos exaustivos com alegria, amizade, cumplicidade, amor e acima de tudo: fé! Obrigada Filipe Ramos Barroso, e um agradecimento especial à Sara Pedrini que te colocou em nosso caminho. Obrigada a toda a equipe que compreendeu a tua forma de condução e caminhou junta na mesma direção de forma harmoniosa. Uma grande gestão se faz com grandes pessoas que conseguem manter suas almas de crianças. Te amo, admiro, respeito e SIGO: MEU REITOR! Prof Maria Andréa - #ProfDrasta

terça-feira, 26 de abril de 2016

E o Brasil poderia ter sido tão maior do que jamais sonhou...

Sobre a crise ético-moral que se espalha pelo Brasil, a partir de uma crise política financiada pelas velhas oligarquias que comandam a mídia e o País:

#Reflexão: não é por dividir o espaço no avião, frequentar as mesmas baladas, usar as mesmas roupas de marca ou disputar vagas em concursos públicos. O cerne do ódio espalhado pela Nação está alicerçado em interesses muito maiores. #BoaLeitura


Quem pensa essas políticas oligárquicas, não as pensa no curto prazo. Essa reação Brasil a fora de retirar um governo democrático de esquerda do comando do País está alicerçada no medo da elite de perder o controle e o poder que exercem através das instituições, principalmente o judiciário.
Levará muito tempo até que um filho do Bolsa Família se forme na Universidade por cotas ou PROUNI, e acenda na carreira jurídica até chegar a ser um JUIZ DA SUPREMA CORTE, ou exercer outras atividades de grande influência jurídica. 

O problema não é só dividir o espaço no avião ou perder vagas em concursos públicos, o problema é a ameaça real de que as classes que sempre foram desfavorecidas tenham igualdade de poder de decisão.Mal sabem eles que esta "pobrada" que teria condições de chegar ao poder, se não houvesse o golpe que acaba precocemente com qualquer projeto de cidadania efetiva, seria muito mais JUSTA e HUMANITÁRIA do que eles são, e que dificilmente julgariam por credo, raça, condição socioeconômica, ou qualquer outro critério de desigualdade.


By Andréa Sant #ProfDrasta 



sábado, 16 de abril de 2016

Responsabilidade Social e os 6 poderes

Reflexão a partir da postagem no Fórum da Disciplina de Desenvolvimento Humano e Social (FADERGS - semana de de 05 a 11/Abril)
Questionava-se a vivência escolar dos estudantes sobre Responsabilidade Social e sua visão sobre este tema em relação à mídia, empresas, entidades religiosas e os 3 poderes. 
Numa época em que gerar valor é muito importante, e este gerar valor está ligado muito além da rentabilidade imediata, preocupando-se em reter clientes para atividades futuras, as empresas passam a se preocupar com o que o cliente espera delas.
Muitas vezes tornam-se ambientalmente e socialmente responsáveis por 2 grandes motivos: a) redução de custos; b) rentabilidade no longo prazo – através da manutenção dos clientes.  Por si só já é um bom motivo para avaliarmos de forma mais detalhada os produtos que compramos e as empresas que os fabricam. Nem todas são apenas “caça níqueis”, mas temos algumas que infelizmente não estão alinhadas com responsabilidade social de forma cidadã.
As escolas, ao longo das décadas, sofreram modificações, antes do regime militar havia uma matriz curricular que preocupava-se em inserir disciplinas como línguas estrangeiras, incluindo o latim, filosofia, ética, análise contemporânea, entre outras, que desenvolviam o “pensar” desde sempre dentro das escolas. O regime militar, com novas crenças e valores, retirou tais disciplinas para trocar, por exemplo, por moral e cívica e religião, trazendo então para o educador a responsabilidade de formar “obediência”. Após o final deste regime, seguimos reestruturando a educação, passando por um período longo sem identidade e sem alterações profundas, focando mais no “fazer do que no pensar e entender”, sendo quase impossível a discussão de qualquer ponto relativo à cidadania – principalmente em escolas públicas que perderam a identidade.
Mais recentemente as escolas conseguiram alguns avanços, principalmente visando que seus estudantes se saíssem bem no ENEM, que tem por filosofia a responsabilidade social e o conceito de cidadão que pensa e interage com a sociedade. Infelizmente avançamos em alguns pontos e retrocedemos em outros, como a proibição da discussão do “gênero”, votada recentemente por nossos parlamentares, em que deixamos uma parcela de cidadãos e cidadãs escondidas, como se não existissem, para que não fira os “preceitos morais” de alguns na sociedade.
Estamos em uma época em que se busca novamente a ressocialização nas escolas, trazendo debates que condizem com a realidade brasileira, porém, a época de ditadura e pós ditadura inerte gerou uma sociedade, cuja parcela significativa, não consegue se ver como cidadão / cidadã, não repassando este conceito para a família, deixando as escolas sobrecarregadas com esta atividade, que nem sempre é cumprida.
Feliz daquele que conseguiu ter sociologia e disciplinas similares durante sua formação na escola primária e secundária, pois estes, tem um diferenciado olhar sobre a sociedade.
A lacuna do “pensar” nos bancos escolares foi suprida pela mídia, que levou grande parcela a ser criado por essa babá eletrônica, e mesmo após a infância, seguiu com seu cordão umbilical muito ligado à ela, esperando que os fatos venham analisados e prontos, já que o pensamento crítico não foi estimulado.
Muitos estudantes pontuaram a crise midiática vivida no País, e quero aqui chama-los à reflexão de o País é feito da União, Estados e Municípios – e em todas as esferas existe a mesma crise moral e ética. Se a mídia conseguiu conduzir uma grande parcela de pessoas por muitos anos – desde 1964 até agora – é por que enxergou a lacuna deixada pelo poder público no que refere-se à educação.
Nenhum País em que a educação é forte a mídia dita as regras sociais, morais, políticas e econômicas. Hoje consumimos o que a TV, jornal, rádio, internet nos indica, tanto em termos de produtos como ideias, pois a muito de nós faltou a educação do pensamento crítico.
Como ponto positivo da mídia, Luiz Ben – nosso colega indica em nosso fórum: “Com relação ao papel da mídia, acredito que isso facilitou o poder das pessoas se expressarem, abrindo seus pontos de vista para o público ...” mas em contraponto Luiz Ben acrescenta: “porém vejo que isso acaba se tornando um grande problema, onde não conseguimos viver com opiniões contrárias às nossas. As pessoas de uma maneira geral, estão muito radicais àquelas pessoas que pensam de maneira diferente. O que era para ser um meio de conversas e discussões sobre qualquer assunto, acaba virando guerra.”

Evelise Coelho expõe no blog: “O papel da mídia, em minha opinião é informar,  expor e muitas vezes até induzir a população dando ênfase nos assuntos que surgem ao decorrer do nosso dia a dia”. E aqui questiono a todos nós, a mídia deve INDUZIR? Ou a mídia deveria ser IMPARCIAL, trazendo fatos e deixando que os cidadãos e cidadãs reflitam e pensem criticamente?

Marcele Veloso, assim como ouros tantos, ainda contribui no fórum dizendo que: “A mídia exerce um papel importantíssimo no que diz respeito ao momento político no qual o país vive. É através da mídia que ficamos sabendo das informações do país. Ocorre que a mídia nem sempre tem um papel positivo, pois ela acaba se posicionando para um lado e omitindo muitas informações, cabendo à população buscar por mais informações, o que na prática não acontece.“ E cabe a mim, mais uma vez, o papel de advogada do “diabo”, questionando se realmente buscamos informações complementares, se assistimos canais que não são promovidos ou sustentados por empresários como a NBR e TV Brasil. Dirão-me vocês, mas estes são promovidos pelo governo. OK: mas pelo menos é um contraponto, uma segunda opinião, e com o peso de duas ou mais, poderemos formar uma opinião com maior qualidade.

Realmente a mídia, não só hoje, como sempre, tem seus próprios interesses e de seus anunciantes – que são agentes corruptores de uma classe política que se deixa corromper. Logo, a mídia, utilizando a lacuna que o poder público deixou na educação, nos põe a cada dia a visão que melhor lhe convém. Cabe a nós, cidadãos e cidadãs, filtrarmos, e desenvolvermos o pensamento crítico que talvez tenha nos faltado nos bancos escolares.
Se vivemos uma crise moral, certamente a imoralidade da mídia, ao conduzir as informações que recebemos, tem um papel fundamental na construção deste momento. Desde a veiculação de propagandas com “A Lei de levar vantagem”, até os mais diversos programas que sempre mostram que tirar proveito de outrem é sinal de inteligência e superioridade.

Quanto a presença da responsabilidade social nas Empresariais, Mídias, Entidades Religiosas, Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário, depreende-se das ideias postadas em nosso fórum que:
a)     as empresas buscam benefícios próprios, inclusive quando atuam aparentemente de forma responsável sócio e ambientalmente, visando seus lucros futuros;
b)     a mídia tradicional desinforma como forma de manipular com maior facilidade, utilizando o vácuo deixado pelo poder público na formação educacional da sociedade; não veicula programas educativos e sim lucrativos, demonstrando que os interesses sociais não são considerados;
c)     as entidades religiosas estão preocupadas com seus rebanhos, na intenção de salvar suas almas, mas também de arrecadar-lhe contribuições financeiras e subjugar seus votos para que possam participar da esfera política.

Aqui quero fazer um comentário: não é de hoje e não é apenas uma religião que tem poder sobre a política e a justiça, basta ver a história mundial e a brasileira.

d)     os 3 poderes: executivo, legislativo e judiciário, que deveriam ser independentes e harmônicos entre si e trabalhar na busca do bem estar da Nação têm feito o caminho inverso; em nosso fórum citam diversas vezes que esta relação está deteriorada e a independência entre eles há muito que ficou no esquecimento, e que a harmonia não existe mais; vocês citam ainda que, independente dos poderes, há uma intenção de promoção pessoal e perpetuação de poder que supera em muito as atividades de responsabilidade social;

Aqui abro novamente um momento para refletirmos: notei que nem todos conseguem distinguir entre Executivo (presidente, Governador e Prefeito), Legislativo (Senadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais e Vereadores) e Judiciário (sendo os juízes e seus segmentos e hierarquia até o STF, STJ, ...).

Diante de tal desconhecimento de esferas, verifiquei alguns pontos em que não ficam claras as responsabilidades que de forma simplória podemos dizer que é: Legislativo: faz as Leis; Executivo: executa as Leis (assim como todos as pessoas do País); e Judiciário: julga se os atos estão de acordo com a Lei ou não.

O ponto de corrupção surgiu diversas vezes como sendo problema federal e do executivo, mas chamo vocês a pensarem nas cidades e na quantidade de propina que sabemos que são pagas a diversos órgãos. Lembrando que de o País se faz a partir das cidades, que somadas formam os Estados e juntos a União, e que o problema do “jeitinho brasileiro” não está só “La em cima”, está sim ao nosso lado também.

Outro ponto interessante que podemos ter leitura sobre este debate no fórum é que nos parece ser a corrupção um mal do poder público e suas estatais, porém, esquecemos de “costurar” nosso próprio discurso, pois lá no fórum falamos sobre empresas que não cumprem sua função social e apenas pensam em lucro e na mídia que veicula o que lhe interessa. 

Não esquecendo da religião, que tem entrado nesta seara sem mostrar-se muito diferente de quem já lá está. Logo, estamos falando dos 6 poderes que regem a nação:
1) Empresas; 2) Mídia; 3) Entidades Religiosas; 4) Poder Executivo; 5) Poder Legislativo; e 6) Poder Judiciário.

Agora pergunto a vocês: NÃO EXISTE UM PODER DO CIDADÃO? Não temos a obrigação de procurar uma forma de nos expressarmos e ajustar a independência, imparcialidade, harmonia e visão de responsabilidade destes 6? Será que eles não chegaram ao ponto que estão por que cada um de nós foi omisso?

Não sei responder o que fazer, até por que uma andorinha só não faz verão, mas cada vez que vejo a situação de nosso País, me envergonho profundamente, sentindo que não fiz minha parte para que ele estivesse melhor.


#ProfDrasta

sexta-feira, 4 de março de 2016

Durma acadêmico e acorde bacharel - a noite que antecede a Colação de Grau

Queridos (as) Afilhados (as) - formandos no bacharelado da Escola de Negócios da FADERGS de 2015/2 (Adm, Eco e Ctb)

Esta é a última vez que me dirijo a vocês como estudantes, pois amanhã seremos todos bacharéis. 
Não consigo medir o orgulho que tenho deste grupo, a alegria ppr ter participado da transformação de vocês.  É impossível quantificar o quanto me modificaram e me tornaram melhor, como pessoa e como professora. 
Os caminhos nem sempre são fáceis, mas sempre é preciso caminhar. 
E vocês caminharam. Vocês lutaram, se dedicaram, não mediram esforços e conseguiram evoluir. 
Crescer e se diferenciar não é ter um celular moderno, vestir roupas de marca, ter um carro melhor. 
Crescer é subir um degrau na vida que não tem como retroceder, é buscar um lugar diferenciado para consolidar as conquistas e, num segundo momento adquirir o que lhe dá alegria. 
E essa foi a escolha de vocês,   abdicar de pequenos confortos e alegrias em busca de um sonho maior. 

Reflitam essa noite, relembrem de quem foram, de onde vieram, de como chegaram aqui. 
Pensem nos adolescentes que foram,  e tentem lembrar quais as expectativas ele tinha.  Quem eram seus amigos e que planos haviam tracado. 

A vida dá voltas, cria oportunidades que não podemos deixar passar.  E vocês aproveitaram o momento e as condições oferecidas e subiram um degrau na vida acadêmica. 

Parabéns!! 

Não esqueça de refletir sobre o sentimento que toma conta de seus pais e familiares em geral.  Pense que quando sua mãe te viu pela primeira vez, muito provavelmente fez planos menores para você do que está alcançado hoje. Ela não limitou os planos por não te amar, mas por que as condições adversas não projetavam um horizonte muito amplo. 

O normal, para muitos de nós, seria completar o ensino médio e entrar para o mercado de trabalho, dando orgulho a nossos pais por levarmos uma vida honesta. 

Mas fomos além, cada um de vocês aproveitou as condições favoráveis e decidiu que merecia mais. 

E MERECEM! 
E recebem! 

Hoje é um divisor de águas entre o estudante e o graduado, um marco para você e para suas famílias. 

Sei que muitos de vocês SÃO "o primeiro graduado de sua família ",  e sinto tanto orgulho como suas mães estão sentindo. 

Por isso, nesta noite,  aquieto meu coração em uma oração, para que o caminho de vocês seja iluminado, pra que suas forças se renovem a cada obstáculo, que sigam subindo degrau por degrau, de forma consistente e permanente. 
Que possam seguir sendo o orgulho da família e o exemplo para os que vem depois de vocês, para que saibam que é possível vencer. 

Quando a oportunidade encontra a força de vontade e coragem, NINGUÉM consegue parar o fluxo de crescimento na vida. 


Parabéns e bons sonhos meus amados estudantes. 

AMANHÃ SERÁ UM GRANDE DIA!!!! 
#DindaDrasta